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Forças do setor de tecnologia do Brasil acenam e começam a emergir da longa crise econômica
2016-11-09

O Brasil mostrou seu brilho cultural, de espírito e orgulho nacional em um grande palco durante os Jogos Olímpicos deste ano, no Rio de Janeiro. Apesar da prolongada crise macroeconômica, a nona maior economia do mundo está mostrando sinais positivos de que pode despontar novamente como um ímã de investimento e potência de inovação –impulsionado principalmente pelo rápido crescimento dos setores de tecnologia que continuaram a entregar índices de crescimento de mais de 20% mesmo com os números decepcionantes do PIB.

Poucos dias após o fim dos Jogos, o País voltou a direcionar esforços para superar seus recentes escândalos políticos, que dificultam a confiança de investidores em relação ao futuro da maior economia da América Latina. A decisão final sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff representou para muitos um suspiro de alívio em relação a luta política, que moveu grande parte da população brasileira nas ruas por muito tempo.  

Com apenas dois meses de mandato, o presidente Michel Temer tem sido um “grande sucesso com investidores”, segundo reportagem da Bloomberg publicada em julho. De acordo com o veículo, os índices de referência do País cresceram cerca de 60% e o Fundo Monetário Internacional (FMI) relata que a confiança de consumidores e de empresas estão reaparecendo para essa região.  

Um estudo da Morgan Stanley divulgado em julho passado indica que a confiança de investidores e o interesse em mercados emergentes, como o brasileiro, está crescendo – especialmente por conta da incerteza e das consequências econômicas provocadas após o referendo do Bretix. Em um recorte sobre o estudo, o The BRICS Post destacou que o FMI afirma que “a confiança na economia brasileira está despertando lentamente”, além de prever um crescimento positivo para o Brasil em 2017.

BayBrazil, uma organização sem fins lucrativos baseada no Vale do Silício e dedicada a reunir o ecossistema brasileiro-americano, organizou sua conferência anual no Googleplex, em Mountain View, no dia 16 de setembro. O evento atraiu empreendedores, executivos de tecnologia, investidores, acadêmicos, representantes do governo e líderes do setor privado. Participaram palestrantes de empresas como Alibaba, Alphabet, Instagram, Facebook, Silicon Valley Bank, Stripe e Uber, e o tema principal da conferência foi “Navegando na incerteza: conheça os brasileiros que estão construindo negócios sólidos durante a crise”.

Apesar da recessão do País, os gastos com tecnologia no Brasil estão crescendo e o empreendedorismo florescendo. O crescimento do venture capital corporativo e um ecossistema mais maduro estão impulsionando a aceleração do motor econômico do País para cima, alavancado pela inovação no setor de tecnologia. Podemos dizer que cinco dos setores mais quentes de tecnologia no Brasil atualmente são: Agritechcom IoT, que está emergindo, Edtech (educação), Fintech (financeiro)Healthtech (saúde) e Marketing tech.

Abaixo listo algumas empresas construídas ou com operação no Brasil que estão se destacando nestas áreas e analiso as razões para estes cinco setores da tecnologia operarem com a promessa de um rápido crescimento com fortes chances de retorno para os investidores.

Cinco dos melhores segmentos tech do Brasil e alguns destaques de startups com rápido crescimento:

Agritech

O Brasil é uma grande potência agrícola e ajuda a alimentar o mundo. O setor tem registrado um forte crescimento contínuo ao longo dos últimos anos e o País está entre os cinco maiores produtores e exportadores agrícolas do mundo.

Durante os últimos meses, a Microsoft e a empresa de biotecnologia Monsanto anunciaram uma parceria para investir em startups de tecnologia agrícola no Brasil – fundo que conta com a participação da Qualcomm. Alguns fundos de venture capital locais também estão se especializando nesse segmento.

As startups brasileiras no segmento Agritech são pioneiras em novas abordagens como sensores IoT, tecnologia mobile, big data e biotech com R&D para melhorar o controle das plantações, aumento de lucros e também para comprovar práticas sustentáveis para marcas de varejo globais.

Dentre as startups de Agritech mais promissoras em termos de inovação temos:

AgroSmart: Combinação de sensores IoT, telemetria e análise de dados aplicada para melhorar a irrigação e gerar previsão do clima.

BovControl: Habilita a coleta de dados e análise para melhorar a performance de produção de carne, leite e produtos genéticos. Sua tecnologia abrange o mobile, inovação em cloud e IoT.

Horus: drones para a agricultura projetados para o tamanho de fazendas brasileiras.

Promip: desenvolve macro organismos para controle biológico em culturas tropicais.

Edtech

O governo brasileiro tem na melhoria do sistema de ensino do país uma prioridade e, com esta ação, a indústria Edtech está crescendo. Diversas startups estão adaptando ferramentas já testadas em outros países para as questões culturais e necessidades do Brasil. Um benefício chave para melhorar a educação é aumentar a qualidade e disponibilidade da força de trabalho do país. Com a melhora na economia do Brasil, certamente mais empregos serão criados.

Dentre as startups de Edtech mais promissoras em termos de inovação temos:

AppProva: plataforma online para prática de exercícios e melhora no desempenho do estudante.

Geekie: cria soluções de aprendizagem adaptáveis e utilizadas por mais de três milhões de estudantes.

Quero Education: oferece um marketplace online que conecta estudantes e faculdades.

Passei Direto: desenvolveram uma plataforma acadêmica para facilitar o estudo e melhorar o desempenho dos alunos.

Fintech

Os sistemas de serviço bancário e financeiro no Brasil tornaram-se bastante sofisticados, um dos resultados inesperados diante dos 500% de média de inflação durante a década de 90. No entanto, o mercado é muito concentrado. Quase 80% dos trilhões de depósitos no país estão concentrados apenas em cinco bancos, sendo que dois são estatais. O setor tem sido atolado em papeladas, regulamentações e burocracia, o que tornou o crédito caro para consumidores e empresas.

Por exemplo, os empréstimos bancários são um processo complicado e demorado. Muitos consumidores que solicitam empréstimos pagam juros oito a nove vezes maiores do que deveriam porque esses financiamentos não possuem garantia, como normalmente ocorre nos Estados Unidos ou outras regiões

O surgimento de novas startups Fintech no país impulsiona uma maior transparência, velocidade, automação, acesso móvel pessoal, de gestão, além do serviço pessoal que o cliente tem acesso, como gerenciar sua conta pelo celular.

Dentre as startups de Fintech mais promissoras em termos de inovação temos:

BankFacil: desenvolve uma plataforma de empréstimos garantidos para reduzir as taxas de empréstimo.

Iugu: comercializa uma plataforma de pagamento móvel que beneficia tanto os consumidores quanto os vendedores.

Neon: fornece um serviço de banco digital utilizando dispositivos móveis e aplicativos para a geração millenials.

Nubank: promove um serviço de cartão de crédito que pode ser gerido através de telefones móveis.

Healthtech

O Brasil está entre os cinco países mais populosos do mundo e o rápido crescimento da classe média está demandando cada vez mais saúde de alta qualidade. A maior expectativa de vida da população e da geração "baby boomer" estão provocando o aumento na procura por cuidados de saúde.

A tecnologia médica está avançando em um ritmo rápido, tornando o Healthtech um setor líder de investimento. De acordo com um relatório da PwC MoneyTree, as empresas de venture capital investiram US$ 12,1 bilhões em 969 negócios no primeiro trimestre de 2016 - a indústria de software recebeu o maior investimento. A segunda maior quantia em investimento foi para o setor de ciências da vida. Aproveitando o momento, uma série de startups brasileiras surgiram para absorver uma grande demanda de Healthtech.              

Dentre as startups de Healthtech mais promissoras em termos de inovação temos:

Dr. Consulta: combina a análise de dados e tecnologia on-line para melhorar a saúde.

iClinic: desenvolve uma solução de software ERP em nuvem para beneficiar médicos e clínicas.

Memed: fornece uma plataforma de prescrição digital e app para médicos e pacientes.

Marketing tech

Similar ao mercado dos Estados Unidos, a oportunidade para o marketing tech está crescendo, enquanto Adtech, do setor de propagandas, continuam com as prospecções mais desafiadoras. Ao contrário do Adtech, focado em automação e estratégia na propaganda em diferentes canais de mídia, a maioria das startups de marketing tech miram para desenvolver e vender software, análise de dados e plataformas online – com mais frequência em uma base de assinatura (SaaS).

Outro nicho emergente é um conjunto de inovações com foco em reunir mais inteligência de sensores IoT e apps em locais físicos como lojas de varejo, hotéis, aeroportos e outros pontos de viagem, além de entrega de promoções personalizadas, serviços de geolocalização (como navegação na loja) e a otimização do marketing mais inteligente para impulsionar as vendas.

Dentre as startups de Marketing tech mais promissoras em termos de inovação temos:

Hotmart: vende uma plataforma de marketing completa para ajudar a iniciar um negócio digital.

In Loco Media: desenvolve uma plataforma de geo-localização interior, sem necessidade de beacons.

Resultados Digitais: fornece uma entrada SaaS de marketing para gerar tráfego e leads.

Afiar a criatividade e buscar novos caminhos em tempos de crise é parte da natureza humana - o nosso instinto de sobrevivência. Em cenários macroeconômicos, como o que o Brasil tem enfrentado com taxas de juros elevadas, aumento da inflação e do desemprego, há uma oportunidade para inovar e reinventar velhas indústrias, como se estivessem recomeçando.

Eu acredito firmemente que nunca tivemos um período tão propício para investir em startups on-line e tecnologia, especialmente nos cinco setores de tecnologia cobertos aqui. Inovadores de sucesso nessas arenas de tecnologia continuarão a contribuir para o crescimento mais amplo e, principalmente, para a vitalidade econômica no Brasil.

Este artigo foi originalmente publicado no Techcrunch.


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