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Em entrevista, Eduardo Tevah destaca atitudes para o sucesso
2016-12-01

“Motivação e atitude em tempos de mudança são diferenciais entre o sucesso e o fracasso, tanto para a vida das pessoas, quanto para as organizações”. A afirmação pertence a Eduardo Tevah, que ministrou palestra na última terça-feira (16), no Teatro Municipal Naura Rigon, em Pato Branco. A palestra fez parte da programação da Semana Empresarial da Acepb (Associação Empresarial de Pato Branco), que está sendo realizada até o próximo dia 26.

 

 

 

Cristina Vargas
Eduardo Tevah é autor de quatro livros com mais de 200 mil exemplares vendidos sobre “Os Diferenciais das Pessoas de Sucesso”

 

Eduardo Tevah é empresário na área de confecção masculina em Porto Alegre (RS), bacharel em Administração de Empresas pela UFRGS, com especialização em Gestão de Pessoas; diretor presidente da DE Consultores Associados; possui cursos de especialização na Europa e Estados Unidos; é autor de quatro livros com mais de 200 mil exemplares vendidos: “Os Diferenciais das Pessoas de Sucesso”.

Nesta entrevista exclusiva ao Diário do Sudoeste, Eduardo explica quais são as atitudes capazes de modificar a vida das pessoas e das empresas.

Por que ter motivação é tão importante hoje, quando estamos vivendo um tempo de mudança?

É tempo de mudança porque vivemos em um momento extremamente desafiador da economia brasileira. Estamos vivendo, a que tudo indica, o fim de um ciclo de crise e o começo, longo e gradual, de um novo momento, bem melhor. Mas estamos vivendo, acima de tudo, em um mundo que hoje poderia ser caracterizado com uma palavra: hipercompetição. Essa hipercompetição está dentro das empresas, onde nunca houve tanta opção te tudo, para se comprar.

Hoje, se concorre com todo mundo. Uma loja instalada em Pato Branco, por exemplo, concorre com uma loja em Nova Iorque, porque está dentro da internet. E ao mesmo tempo, vemos a hipercompetição aumentar pelo número de empreendedorismos que tem no Brasil. Cada vez mais pessoas abrem seus negócios. Isso também gera uma concorrência ainda maior. O cenário das empresas é de hipercompetição, que só tende a aumentar.

A hipercompetição é apenas entre as empresas?

Não. Essa hipercompetição também acontece do lado das pessoas. Não a hipercompetição pelo emprego, mas pelas melhores oportunidades nas organizações, que cada vez mais estão sendo disputadas de uma forma muito ferrenha.

Nesse cenário, as coisas se juntam de uma maneira muito simples. Daqui para a frente só vão vencer empresas e pessoas que tiverem diferenciais competitivos. Ou seja, para que se tenha uma empresa vencedora é preciso se diferenciar de tudo que existe. E para ser uma pessoa vencedora é preciso se diferenciar das demais pessoas.

Trabalhar bem é suficiente?

Não existe mais lugar para quem trabalha bem. Quem trabalha bem tem um emprego. Já as melhores oportunidades da vida só aparecem para quem dá um show naquilo que faz, para quem trabalha com a maior marca que há no mundo hoje: a excelência.

A excelência é uma palavra importante e preciosa neste tempo que estamos vivendo. Isso porque a excelência é o estado de ser bom no mais alto grau. A excelência de uma empresa é quando você encontra em todas as áreas – no marketing, em compras, na gestão de pessoas, no atendimento ao cliente, enfim – uma empresa equilibrada e bem estruturada. Da mesma forma, a excelência nas pessoas exige um conjunto de atitudes, formada por seis ações, que fazem toda a diferença.

Quais são essas atitudes determinantes para o sucesso das pessoas?

A primeira atitude chama-se comprometimento. Hoje encontramos três tipos de pessoas no mercado de trabalho: as indiferentes – que são vítimas das circunstâncias; as envolvidas – que fazem o básico; e as comprometidas – que fazem o seu melhor.

Ainda me assusto com muita gente dizendo que estamos vivendo a era da informação. Não concordo com isso, por uma simples razão. A informação hoje é acessível a todas as pessoas. Só não busca a informação quem não quer. Entendo que o diferencial, daqui para frente, não é a informação, mas sim a atitude. A vida das pessoas não muda quando elas mudam de emprego, mas quando elas mudam de atitude. E atitude é a vontade de fazer a diferença, um desejo incomum de realizar os sonhos, é um desejo de ajudar os outros a realizarem seus sonhos também. Por isso, a primeira atitude que vai fazer a diferença é ser uma pessoa comprometida.

Comprometida com a empresa onde trabalha?

Não. Comprometida com os seus sonhos, com os seus projetos de vida, com o que quer dar para as pessoas que ama e que Deus colocou no seu caminho. Esses dias um empresário me perguntou: Eduardo, como é que eu faço para as pessoas vestirem mais a camiseta da empresa? Respondi: quer um conselho? Não faz nada. Faz elas vestirem a camiseta do que elas querem para a vida, e faz elas usarem a empresa para realizar esse sonho.

Infelizmente muitas pessoas não entenderam uma das verdades mais simples da vida. Ter um amanhã melhor é um prêmio que a vida só oferece para quem aprende a valorizar o que tem hoje. Quem desvaloriza o hoje, raramente tem um amanhã melhor. Por isso esse estágio do comprometimento é tão decisivo.

Qual atitude está na segunda posição neste ranking?

O segundo estágio é prazer em servir. Prazer em servir é entender que quem define o seu sucesso profissional são os outros. Não temos o poder de definir nosso sucesso profissional, mas sim os outros. Quem define o sucesso profissional de um advogado, por exemplo, são seus clientes; de um médico, seus pacientes. É fundamental entender que o sucesso depende dos outros, e por isso ter prazer em servir vai fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Então percebemos que encontrar lugares onde nos deparamos com pessoas com prazer em servir é cada vez mais raro. O que aparece como uma oportunidade, na verdade aparece por certa incapacidade do mercado de oferecer oportunidades de compra legais. Porque na maioria dos lugares você não é mal atendido, é atendido com indiferença.

Quem conseguir sair desse estágio do atendimento indiferente e conseguir entrar no estágio do atendimento encantador, vai realmente colher o que a vida tem de melhor para oferecer.

Pesquisas mais recentes mostraram que 53% das pessoas que não voltam, não voltam por problemas de atendimento. Não é preço, não é qualidade, não é serviço, não é prazo, é atendimento. Como os produtos e os serviços estão muito parecidos, o atendimento é o diferencial.

Tem um grande filósofo chamado John Naisbitt, que foi um dos maiores visionários do mundo que diz assim: “quanto mais tecnologia existe no mundo, mais as pessoas anseiam por um atendimento com um toque pessoal”. Hoje, ou você oferece um serviço de compra pela internet, ou oferece um serviço de compra gratificante, e isso tem que partir da empresa, mas também de cada colaborador.

E a terceira atitude?

A terceira atitude é a resiliência. É a capacidade que as pessoas têm de crescer nos momentos de dificuldade. Temos que reconhecer que quando as coisas vão bem, até os medianos vão bem, porque são arrastados por uma correnteza boa. Mas, justamente quando fica difícil, é que aparecem as oportunidades para as pessoas se destacarem. E o que existe de comum entre as pessoas de sucesso é que elas tiveram várias razões para terem desistido, mas resolveram persistir, seguir em frente.

A resiliência também traz outro elemento importante para os tempos atuais, aprender a trabalhar sobre pressão. Quem não consegue trabalhar pressionado, infelizmente está no mundo errado, pois hoje corremos atrás de metas, de resultados, de prazos, tudo hoje tem pressão.

É importante ser positivo?

Muito. Ter atitude mental positiva faz toda a diferença, principalmente para o dono do negócio, para o empreendedor. Eu conheço empresas onde o dono é o mais desmotivado, e o que o funcionário pensa: se ele tá mal, imagina eu. Se toda a empresa se queixa, reclama, que motivação vai ter quem está trabalhando nessa empresa? Cabe ao gestor retomar essa mentalidade positiva e retomar algo que está meio esquecido, que é a ideia de que trabalhar não é um ônus, mas sim um bônus.

A Wharton Business School, que hoje é a segunda maior escolar de negócios do mundo, acabou de publicar uma pesquisa que mostra que um cérebro em estado positivo impacta em, no mínimo, 31% na produtividade de um indivíduo. Criar um ambiente no qual as pessoas se sintam bem para trabalhar é fundamental. São essas pessoas que triunfam.

Qual é a quinta atitude?

Quando a gente ajuda as outras pessoas a realizarem seus sonhos, temos outro elemento importante do sucesso chamado “entender de gente”. Um líder hoje não pode mais entender só do seu negócio. Se vende automóvel, por exemplo, não pode só entender de automóvel, precisa também entender de gente. Estamos vivendo um ciclo de relacionamento interpessoal, onde cada pessoa precisa fazer a sua reflexão, inspirada em uma das frases mais geniais que conheci, de um grande palestrante americano chamado Zig Ziglar que diz: “faça hoje o que a maioria não faz, para ter amanhã o que a maioria não tem”. Ou seja, seja único, especial, faça a diferença, não aceite ser apenas mais um, não aceite se economizar.

Qual é a sexta e última atitude que fará a diferença?

O que trouxe você até a posição aonde você chegou hoje, continua sendo muito útil. Tolos são aqueles que dizem: esqueça do passado. O passado trás referências, mas com certeza, para ter sucesso daqui pra frente, vai ser preciso agregar o novo a essa história de aprendizado.

O maior cuidado que precisamos ter é que o cérebro é um órgão repetitivo, não criativo. Ao contrário do que todo mundo imaginava, o cérebro, por mecanismo de proteção, tende a repetição, não a inovação. Por isso as pessoas dentro da empresa têm uma tendência muito perigosa à repetição. Assim é importante encontrar momentos de inovação, reuniões de criatividade. Isso é o que o sociólogo italiano, Domenico de Masi, chamava de “ócio criativo”. É preciso parar de vez em quando, sair do escritório, debater com as pessoas como fazer diferente. O momento exige uma insatisfação positiva, acreditar que tudo pode ser sempre um pouco melhor.

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